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CONCLAMAÇÃO DE CHICAGO (EUA): UM APELO
AOS EVANGÉLICOS Maio de 1977
PRÓLOGO
Em cada época o Espírito
Santo chama a Igreja a examinar sua fé
na revelação de Deus na Escritura.
Nós reconhecemos com gratidão a
bênção de Deus através
do ressurgimento evangélico na Igreja.
Todavia, a cada época de crescimento, devemos
estar alerta para as nossas fraquezas.
Entendemos que hoje os evangélicos estão
impossibilitados de alcançar completa maturidade
como conseqüência do reducionismo de
sua fé histórica. Há uma
necessidade de refletir na substância da
fé bíblica e histórica e
de recuperar a totalidade de sua herança.
Sem pretender contemplar todas as nossas necessidades,
identificamos oito temas nos quais, nós
cristãos evangélicos, devemos fazer
cuidadosas considerações teológicas:
UM APELO À CONTINUIDADE DAS RAÍZES HISTÓRICAS
Confessamos que freqüentemente
temos nos esvaziado das abundantes riquezas de
nossa herança cristã, fruto de uma
postura na qual acredita-se que a obra do Espírito
Santo e o testemunho das Escrituras estão
desconectados com o passado. Agindo assim, tornamo-nos
teologicamente rasos, espiritualmente fracos,
e ao mesmo tempo encobrimos o que Deus fez aos
que nos antecederam na fé e valorizamos
nossa cultura em detrimento da obra divina.
Assim, conclamamos os evangélicos a uma
redescoberta de nossa completa herança
cristã. Através da história
da Igreja existe um impulso evangélico
para proclamar a imerecida graça de Deus
e a reforma da Igreja de acordo com as Escrituras.
Este impulso aparece nas doutrinas dos concílios
ecumênicos, na piedade dos pais da Igreja,
na teologia agostiniana da graça, no zelo
dos reformadores monásticos, na devoção
dos místicos e na integridade intelectual
dos humanistas cristãos. Ela floresce na
fidelidade bíblica dos reformadores protestantes,
continua nos esforços dos puritanos e piedosos
para complementar e aperfeiçoar a Reforma;
é reafirmada nos esforços dos movimentos
de avivamento dos séculos 18 e 19 que uniram
luteranos, reformados, wesleyanos e outros evangélicos
no esforço ecumênico para renovar
a igreja e estender sua missão na proclamação
e na demonstração social do Evangelho.
UM APELO À FIDELIDADE BÍBLICA
Lamentamos nossa tendência
para a interpretação individualista
da Bíblia. Isto corta pela raiz o caráter
objetivo da revelação bíblica,
e nega a orientação do Espírito
Santo no pensar teológico dos antigos.
Afirmamos que as Escrituras são a infalível
Palavra de Deus, a base da autoridade da Igreja.
Afirmamos que Deus usa as Escrituras para julgar
e purificar seu Corpo. A Igreja iluminada e guiada
pelo Espírito Santo deve interpretar, proclamar
e viver as Escrituras.
UM APELO À IDENTIDADE CREDAL
Lamentamos os dois extremos:
de um lado uma igreja credal que somente recita
uma fé herdada do passado, e de outro,
uma igreja de credos que adoece em um vazio doutrinal.
Confessamos que, como evangélicos, não
somos imunes a estes defeitos.
Afirmamos a necessidade, no tempo atual, de uma
Igreja que confesse, que dê testemunho de
sua fé ao mundo, mesmo sob perseguição.
Em todos os tempos a Igreja deve atestar sua fé
contra heresias e paganismo. O que é necessário
é uma vibrante confissão exclusiva
e inclusiva, cujo objetivo é a purificação
da fé e da prática. A autoridade
confessional é limitada e derivada da autoridade
das Escrituras. A Igreja necessita expressar sua
fé, sem abdicar das verdades aprendidas
no passado. Precisamos articular nosso testemunho
contra as idolatrias e as falsas ideologias de
nossos dias.
UM APELO À SALVAÇÃO HOLÍSTICA
Lamentamos a tendência
dos evangélicos para entender a salvação
unicamente como individual e espiritual, ignorando
as necessidades físicas do mundo e os aspectos
seculares da salvação de Deus na
história.
Incitamos os evangélicos a resgatar a visão
holística da salvação. O
testemunho das Escrituras é que, devido
ao pecado, nosso relacionamento com Deus, conosco
mesmos, com o próximo e com a criação,
foi rompido. Através do sacrifício
de Cristo na cruz, foi possível refazer
este relacionamento.
Onde a Igreja tem sido fiel a este chamado, tem
proclamado a salvação pessoal, tem
sido um canal da cura divina aos necessitados
físicos e emocionais; tem procurado justiça
para os oprimidos e abandonados.
Como evangélicos, desculpamo-nos por nossa
freqüente falha em refletir esta visão
holística da salvação. Assim,
chamamos a Igreja a participar dessa atividade
salvadora de Deus através da prática
e da oração, lutando por justiça
e liberdade aos oprimidos, sem perder de vista
a salvação no novo céu e
nova terra escatológica.
UM APELO À INTEGRIDADE SACRAMENTAL
Depreciamos a pobreza da visão
sacramental entre os evangélicos. Em grande
parte, isso se deve à perda de nossa continuidade
com o ensino de muitos dos pais e reformadores,
resultando na deterioração da vida
sacramental em nossas igrejas. Também a
negligência em refletir sobre a o aspecto
sacramental da ação de Deus no mundo
nos leva a desconsiderar a santidade do viver
diário.
Conclamamos os evangélicos a tomar consciência
das implicações da criação
e da encarnação. Necessitamos reconhecer
que a graça de Deus é medida através
da fé, por obra do Espírito Santo
de um modo extraordinário nos sacramentos
do batismo e da Ceia do Senhor. Aqui a igreja
proclama, celebra e participa da morte e da ressurreição
de Cristo, de modo a alimentar seus membros em
suas vidas em antecipação e comunicação
do seu reino.
UM APELO À ESPIRITUALIDADE
Nós sofremos de uma
negligência de espiritualidade autêntica
por um lado, e um excesso de espiritualidade indisciplinada
por outro lado. Temos com freqüência
procurado uma religiosidade sobre-humana, quando
o modelo bíblico nos fala de uma verdadeira
humanidade liberta da escravidão do pecado
e renovada pelo poder do Espírito Santo.
Conclamamos os evangélicos à busca
de uma espiritualidade que encarne todo o conteúdo
redentor de Cristo: libertação da
culpa, do poder do pecado e vida nova através
da ação do Espírito Santo.
Afirmamos a centralidade da palavra de Deus como
meio pelo qual seu Espírito age para renovar
a igreja quer como corpo quer individualmente
na vida dos crentes.
A verdadeira espiritualidade se identifica com
o sofrimento do mundo e o cultivo da piedade pessoal.
Precisamos redescobrir as fontes devocionais da
igreja, incluindo as tradições evangélicas
da piedade e do puritanismo.
Conclamamos os evangélicos a uma prática
devocional que aprofunde nossa relação
com Cristo e com outros cristãos.
Entre essas fontes, estão disciplinas espirituais
como oração, meditação,
silêncio, jejum e estudo bíblico.
UM APELO À AUTORIDADE DA IGREJA
Lamentamos nossa desobediência
ao senhorio de Cristo como expresso na autoridade
que ele tem dado à sua Igreja. Isto tem
promovido um espírito de autonomia nas
pessoas e grupos que resulta em isolacionismo,
competição e anarquia dentro do
corpo de Cristo. Lamentamos essa ausência
de autoridade eclesiástica que possibilita
o surgimento tanto de lideranças legalistas
por um lado, como, de outro, a indisciplina.
Todos os cristãos estão em submissão
uns aos outros, subordinados coletivamente a uma
liderança constituída, que por sua
vez está submetida a Cristo. A igreja,
como povo de Deus, é a presença
de Cristo no mundo. Cada cristão deve ser
ativo no culto e no serviço através
do exercício de dons e ministérios.
Na igreja, estamos em união vital com Cristo
e com o próximo. Isto evidencia uma comunidade
com profundo envolvimento e compromisso de tempo,
energias e bens.
Além disso, a disciplina na igreja está
baseada na Bíblia e sob a direção
do Espírito Santo. Isto é essencial
para o bem-estar e ministério do povo de
Deus.
UM APELO À UNIDADE DA IGREJA
Lamentamos o isolamento escandaloso
e a separação entre os cristãos.
Acreditamos que tal divisão é contrária
ao desejo de Cristo para que sejamos um a fim
de que o mundo creia em nosso testemunho. O evangelicalismo
também é historicamente caracterizado
por um uma mentalidade sectária. Falhamos
em não assumir a catolicidade do cristianismo
histórico, como também a amplitude
da revelação bíblica.
Encorajamos os evangélicos ao retorno do
conceito ecumênico dos reformadores e dos
recentes movimentos de renovação
evangélica. Devemos rever criticamente
nossas tradições, reconhecer que
Deus trabalha dentro de várias correntes
históricas. Devemos resistir aos esforços
de se promover a união a qualquer custo,
como também evitar os conceitos espiritualizados
de união de igrejas. Estamos convencidos
de que a unidade em Cristo requer expressões
definidas e concretas. Nesta crença, apreciamos
o desenvolvimento de encontros e cooperações
dentro da igreja de Cristo.
Enquanto evitamos o indiferentismo doutrinário,
encorajamos o aumento de discussões e cooperação,
dentro e fora de suas respectivas tradições,
procurando áreas comuns de concordância
e entendimento.
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CREDO APOSTÓLICO
Creio
em Deus Pai Todo-poderoso, Criador do céu
e da terra;
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso
Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito
Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob o poder
de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto
e sepultado; desceu ao Hades, ressuscitou ao terceiro
dia, subiu ao céu e está sentado à
direita de Deus Pai Todo-poderoso, de onde há
de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo, na santa igreja
católica, na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados, na ressurreição
do corpo, na vida eterna. Amém.
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CREDO NICENO
Creio em um só Deus, Pai Onipotente, criador
do céu e da terra, e de todas as coisas visíveis
e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho
unigênito de Deus, gerado do Pai antes de
todos os séculos; Deus de Deus, Luz de Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus; gerado, não
feito; consubstancial com o Pai, por quem todas
as coisas foram feitas; que por nós e para
nossa salvação desceu dos céus
e encarnou, por obra do Espírito Santo, da
virgem Maria, e se fez homem.
Foi também crucificado sob o poder de Pôncio
Pilatos, padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras, e subiu aos
céus, e está sentado à direita
do Pai; e virá outra vez com glória
para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino
não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor Doador da
vida, procedente do Pai e do Filho; que, com o Pai
e o Filho, é juntamente adorado e glorificado;
o qual falou pelos profetas.
E creio na igreja una, santa, católica e
apostólica. Reconheço um só
batismo para remissão dos pecados e espero
a ressurreição dos mortos e a vida
do mundo vindouro. Amém.
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OS 39 ARTIGOS DE RELIGIÃO
ARTIGO
I - DA FÉ NA SANTÍSSIMA TRINDADE
Há um único
Deus, vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, sem
partes nem paixões, de infinito poder,
sabedoria e bondade; Criador e Conservador de
todas as coisas visíveis e invisíveis.
E na unidade desta Divindade há três
Pessoas, da mesma substância, poder e eternidade:
o Pai, o Filho, e o Espírito Santo.
ARTIGO
II - DO VERBO OU FILHO DE DEUS, QUE SE FEZ VERDADEIRO
HOMEM
O Filho, que é o Verbo
do Pai, gerado ab æterno do Pai, verdadeiro
e sempiterno Deus, e consubstancial com o Pai,
tomou a natureza humana no ventre da bendita Virgem
e da sua substância; de sorte que as duas
inteiras e perfeitas Naturezas, isto é,
divina e humana, se reuniram em uma Pessoa, para
nunca mais se separarem, das quais resultou Cristo,
verdadeiro Deus e verdadeiro Homem; que verdadeiramente
padeceu, foi crucificado, morto e sepultado, para
reconciliar seu Pai conosco, e ser vítima
não só pela culpa original, mas
também pelos atuais pecados dos homens.
ARTIGO
III - DA DESCIDA DE CRISTO AO HADES
Assim como Cristo morreu por
nós, e foi sepultado; assim também
deve ser crido que desceu ao Hades.
ARTIGO
IV - DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO
Cristo verdadeiramente ressurgiu
dos mortos e tomou de novo o seu corpo, com carne,
ossos e tudo o mais pertencente à perfeição
da natureza humana; com o que subiu ao Céu,
e lá está assentado, até
que volte a julgar todos os homens, no derradeiro
dia.
ARTIGO
V - DO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo, procedente
do Pai e do Filho, é da mesma substância,
majestade e glória que o Pai e o Filho,
verdadeiro e eterno Deus.
ARTIGO
VI - DA SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS SAGRADAS
PARA A SALVAÇÃO
A Escritura Sagrada contém
todas as coisas necessárias para a salvação;
de modo que tudo o que nela não se lê,
nem por ela se pode provar, não deve ser
exigido de pessoa alguma seja crido como artigo
de fé ou julgado como requerido ou necessário
para a salvação. Pelo nome de Escritura
Sagrada entendemos os Livros canônicos do
Velho e do Novo Testamentos, de cuja autoridade
jamais houve qualquer dúvida na Igreja
.
Dos nomes e número dos livros canônicos
Gênesis - Êxodo - Levítico
- Números - Deuteronômio - Josué
- Juízes - Rute - I Samuel - II Samuel
- I Reis - II Reis - I Crônicas - II Crônicas
- Esdras - Neemias - Ester - Jó - Salmos
- Provérbios - Eclesiastes ou Pregador
- Cântico dos Cânticos - Isaías
- Jeremias - Lamentações de Jeremias
- Ezequiel - Daniel - Oséias - Joel - Amós
- Obadias - Jonas - Miquéias - Naum - Habacuque
- Sofonias - Ageu - Zacarias - Malaquias.
E os outros Livros (como diz Jerônimo) a
Igreja os lê para exemplo de vida e instrução
de costumes; mas não os aplica para estabelecer
doutrina alguma; tais são os seguintes:
III Esdras - IV Esdras - Tobias - Judite - O restante
dos livros de Ester - Sabedoria - Jesus, filho
de Siraque - Baruque - O Cântico dos Três
Mancebos - A história de Suzana - De Bel
e o dragão - Oração de Manassés
- I Macabeus - II Macabeus.
Recebemos e contamos por canônicos todos
os 27 Livros do Novo Testamento, como são
comumente recebidos.
ARTIGO
VII - DO VELHO TESTAMENTO
O Velho Testamento não
é contrário ao Novo; porquanto em
ambos, tanto o Velho como o Novo, se oferece a
vida eterna ao gênero humano, por Cristo,
que é o único mediador entre Deus
e o homem sendo ele mesmo Deus e homem. Portanto
não devem ser ouvidos os que pretendem
que os antigos pais só esperaram promessas
transitórias. Ainda que a Lei de Deus,
dada por meio de Moisés, no que respeita
a cerimônia e ritos, não obrigue
os cristãos, nem devem ser recebidos necessariamente
os seus preceitos civis em nenhuma comunidade;
todavia, não há cristão algum
que esteja isento, da obediência aos mandamentos
que se chamam morais.
ARTIGO
VIII - DOS CREDOS
O Credo Niceno e o que ordinariamente
se chama Símbolo dos Apóstolos devem
ser inteiramente recebidos e cridos; porque se
podem provar com autoridade muito certa da Escritura
Sagrada.
ARTIGO
IX - DO PECADO ORIGINAL
O pecado original não
consiste na imitação de Adão
(como vãmente pregado pelos pelagianos);
é, porém, a falta e corrupção
da natureza de todo o homem gerado naturalmente
da semente de Adão; pelas quais o homem
dista muitíssimo da retidão original
e é de sua própria natureza inclinado
ao mal, de sorte que toda a carne sempre cobiça
contra o espírito; e, por isso, toda pessoa
que nasce neste mundo merece a ira e condenação
de Deus. E esta infecção da natureza
ainda permanece também nos que são
regenerados, pela qual o apetite carnal chamado
em grego phrônema sarkós (que uns
interpretam sabedoria, outros sensualidade, outros
afeição e outros desejo carnal),
não sujeito à Lei de Deus e apesar
de que não há condenação
para os que crêem e são batizados,
contudo o apóstolo confessa que a concupiscência
e a luxúria têm em si mesmas a natureza
do pecado.
ARTIGO
X - DO LIVRE ARBÍTRIO
A condição do
homem depois da queda de Adão é
tal que ele não pode converter-se e preparar-se
a si mesmo por sua própria força
natural e boas obras, para a fé e invocação
a Deus. Portanto não temos o poder de fazer
boas agradáveis e aceitáveis a Deus,
sem que a graça de Deus por Cristo nos
previna, para que tenhamos boa vontade, e coopere
conosco enquanto temos essa boa vontade.
ARTIGO
XI - DA JUSTIFICAÇÃO DO HOMEM
Somos reputados justos perante
Deus, somente pelo mérito do nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo pela Fé, e não
por nossos próprios merecimentos e obras.
Portanto, é doutrina mui saudável
e cheia de consolação a de que somos
justificados somente pela fé, como se expõe
mais amplamente na Homilia da Justificação.
ARTIGO
XII - DAS BOAS OBRAS
Ainda que as boas obras, que
são os frutos da fé, e seguem a
justificação, não possam
expiar os nosso pecados, nem suportar a severidade
do juízo de Deus; são, todavia,
agradáveis e aceitáveis a Deus em
Cristo, e brotam necessariamente duma verdadeira
e viva fé; tanto que por elas se pode conhecer
tão evidentemente uma fé viva como
uma árvore se julga pelo fruto.
ARTIGO
XIII - DAS OBRAS ANTES DA JUSTIFICAÇÃO
As obras feitas antes da graça
de Cristo, e da inspiração do seu
Espírito, não são agradáveis
a Deus, porquanto não procedem da fé
em Jesus Cristo; nem fazem os homens dignos de
receber a graça, nem (como dizem os autores
escolásticos) merecem a graça de
congruidade; muito pelo contrário, visto
que elas não são feitas como Deus
quis e ordenou que fossem feitas, não duvidamos
terem elas a natureza do pecado.
ARTIGO
XIV - DAS OBRAS DE SUPERERROGAÇÃO
As obras voluntárias,
que excedem os mandamentos de Deus, e que se chamam
obras de supererrogação, não
se pode ensinar sem arrogância e impiedade;
porque por elas declaram os homens que não
só rendem a Deus tudo a que são
obrigados, mas também a favor dele fazem
mais do que, como rigoroso dever, lhes é
requerido; ainda que Cristo claramente disse:
Quando tiveres feito tudo o que vos está
ordenado dizei: Somos servos inúteis.
ARTIGO
XV - DE CRISTO ÚNICO SEM PECADO
Cristo, na verdade de nossa
natureza foi feito semelhante a nós em
todas as coisas exceto no pecado, do qual foi
totalmente isento, tanto na sua carne como no
seu espírito. Ele veio para ser o Cordeiro
imaculado, que, pelo sacrifício de si mesmo
uma vez oferecido tirasse os pecados do mundo;
e o pecado (como diz S. João) não
estava nele. Porém nós, os demais
homens, posto que batizados, e nascidos de novo
em Cristo, ainda pecamos em muitas coisas; e se
dissermos que não temos pecado, a nós
mesmos nos enganamos, e não há verdade
em nós.
ARTIGO
XVI - DO PECADO DEPOIS DO BATISMO
Nem todo pecado mortal voluntariamente
cometido depois do Batismo é pecado contra
o Espírito Santo, e irremissível.
Pelo que não se deva negar a graça
do arrependimento aos que tiverem caído
em pecado depois do batismo. Depois de termos
recebido o Espírito Santo, podemos apartar-nos
da graça concedida, e cair em pecado, e
pela graça de Deus levantar-nos de novo
e emendar nossas vidas. Devem, portanto, ser condenados
os que dizem que já não podem pecar
mais, enquanto aqui vivem, ou os que negam a oportunidade
de perdão às pessoas verdadeiramente
arrependidas.
ARTIGO
XVII - PREDESTINAÇÃO E ELEIÇÃO
A predestinação para a vida é
o eterno propósito de Deus, pelo qual (antes
de lançados os fundamentos do mundo) tem
constantemente decretado por seu conselho, a nós
oculto, livrar da maldição e condenação
os que elegeu em Cristo dentre o gênero
humano, e conduzi-los por Cristo à salvação
eterna, como vasos feitos para a honra. Por isso
os que se acham dotados de um tão excelente
benefício de Deus, são chamados
segundo o propósito de Deus, por seu Espírito
operando em tempo devido; pela graça obedecem
à vocação; são justificados
gratuitamente; são feitos filhos de Deus
por adoção; são criados conforme
a imagem de seu Unigênito Filho Jesus Cristo;
vivem religiosamente em boas obras, e enfim chegam,
pela misericórdia de Deus, à felicidade
eterna.
Assim como a pia consideração da
predestinação, e da nossa eleição
em Cristo, é cheia de um doce, suave, e
inexplicável conforto para as pessoas devotas,
e os que sentem em si mesmos a operação
do Espírito de Cristo, mortificando as
obras da carne, e seus membros terrenos, e levantando
o seu pensamento às coisas altas e celestiais,
não só porque muito estabelece e
confirma a sua fé na salvação
eterna que hão de gozar por meio de Cristo,
mas porque veemente acende o seu amor para com
Deus; assim para as pessoas curiosas e carnais,
destituídas do Espírito de Cristo,
o ter de contínuo diante dos seus olhos
a sentença da Predestinação
de Deus, é um princípio muitíssimo
perigoso, por onde o Diabo as arrasta ao desespero,
ou a que vivam numa segurança de vida impuríssima,
não menos perigosa que a desesperação.
Além disso, devemos receber as promessas
de Deus de modo que nos são geralmente
propostas nas Escrituras Sagradas; e seguir em
nossas obras a vontade de Deus, que nos é
expressamente declarada na Sua Palavra.
ARTIGO
XVIII - DE OBTER A SALVAÇÃO ETERNA
UNICAMENTE PELO NOME DE CRISTO
Devem ser também tidos
por amaldiçoados os que se atrevem a dizer
que todo o homem será salvo pela lei ou
seita que professa, contanto que seja cuidadoso
em modelar sua vida segundo essa lei e o lume
da natureza. Porque a Escritura Santa somente
nos propõe o nome de Jesus Cristo, como
único meio pelo qual os homens se hão
de salvar.
ARTIGO
XIX - DA IGREJA
A Igreja visível de
Cristo é uma congregação
de fiéis, na qual é pregada a pura
Palavra de Deus, e são devidamente administrados
os sacramentos conforme à Instituição
de Cristo em todas as coisas que necessariamente
se requerem neles.
Assim como a Igreja de Jerusalém, de Alexandria,
e de Antioquia erraram; assim também a
Igreja de Roma errou, não só quanto
às suas práticas, ritos e cerimônias,
mas também em matéria de fé.
ARTIGO
XX - DA AUTORIDADE DA IGREJA
A Igreja tem poder de decretar
ritos ou cerimônias, e autoridade nas controvérsias
da fé, todavia não é lícito
à Igreja ordenar coisa alguma contrária
à Palavra de Deus escrita, nem expor um
lugar da Escritura de modo que repugne a outro.
Portanto, se bem que a Igreja seja testemunha
e guarda da Escritura Sagrada, todavia, assim
como não é lícito decretar
coisa alguma contra ela, também não
se deve obrigar a que seja acreditada coisa alguma,
que nela não se encontra, como necessária
para a salvação.
ARTIGO
XXI - DA AUTORIDADE DOS CONCÍLIOS GERAIS
[O vigésimo primeiro
artigo dos precedentes é omitido porque
é, em parte, dum caráter local e
civil, e é provido, no tocante às
restantes partes dele, em outros artigos].
ARTIGO
XXII - DO PURGATÓRIO
A doutrina romana relativa
ao purgatório, indulgências, veneração
e adoração tanto de imagens como
de relíquias, e também à
invocação dos santos, é uma
coisa fútil e vãmente inventada,
que não se funda em testemunho algum da
Escritura, mas ao contrário repugna à
Palavra de Deus.
ARTIGO
XXIII - DA MINISTRAÇÃO NA IGREJA
A ninguém é
lícito tomar sobre si o cargo de pregar
publicamente, ou administrar os sacramentos na
congregação, antes que seja legalmente
chamado, e enviado a executá-lo. E devemos
julgar por legalmente chamados e enviados aqueles
que tiverem sido escolhidos e chamados para esta
obra pelos homens revestidos publicamente de autoridade,
dada à eles na congregação,
para chamar e enviar ministros à vinha
do Senhor.
ARTIGO
XXIV - DA LÍNGUA VERNÁCULA DO CULTO
Repugna evidentemente a Palavra
de Deus, e ao uso da Igreja primitiva dizer orações
públicas na Igreja, ou administrar os sacramentos
em língua que o povo não entende.
ARTIGO
XXV - DOS SACRAMENTOS
Os sacramentos instituídos
por Cristo não são unicamente designações
ou indícios da profissão dos cristãos,
mas antes testemunhos certos e firmes, e sinais
eficazes da graça, e da boa vontade de
Deus para conosco pelos quais ele opera invisivelmente
em nós, e não só vivifica,
mas também fortalece e confirma a nossa
fé nele.
São dois os sacramentos instituídos
por Cristo nosso Senhor no Evangelho, isto é,
o batismo e a ceia do Senhor.
Os cinco vulgarmente chamados sacramentos, isto
é, confirmação, penitência,
ordens, matrimônio, e extrema unção,
não devem ser contados como sacramentos
do Evangelho, tendo em parte emanado duma viciosa
imitação dos apóstolos, e
sendo em parte estados de vida aprovados nas Escrituras;
não têm, contudo, a mesma natureza
de sacramentos peculiar ao batismo e à
ceia do Senhor, porque não tem sinal algum
visível ou cerimônia instituída
por Deus.
Os sacramentos não foram instituídos
por Cristo para servirem de espetáculo,
ou serem levados em procissão, mas sim
para devidamente os utilizarmos. E só nas
pessoas que dignamente os recebem é que
produzem um saudável efeito ou operação;
mas os que indignamente os recebem adquirem para
si mesmos a condenação, como diz
São Paulo.
ARTIGO
XXVI - DA INDIGNIDADE DOS MINISTROS, A QUAL NÃO
IMPEDE O EFEITO DOS SACRAMENTOS
Ainda que na Igreja visível
os maus sempre estejam misturados com os bons,
e às vezes os maus tenham a principal autoridade
na Administração da Palavra e dos
Sacramentos; todavia, como não o fazem
em seu próprio nome, mas no de Cristo,
e em comissão e por autoridade dele administram,
podemos usar do seu Ministério, tanto em
ouvir a Palavra de Deus, como em receber os Sacramentos.
Nem o efeito da ordenança de Cristo é
tirado pela sua iniqüidade, mas a graça
dos dons de Deus diminui para as pessoas que com
fé e devidamente recebem os sacramentos
que se lhe administram; os quais são eficazes
por causa da instituição e promessa
de Cristo, apesar de serem administrados por homens
maus.
Não obstante, à disciplina da Igreja
pertence que se inquira acerca dos ministros maus,
e que sejam estes acusados por quem tenha conhecimento
de seus crimes; e sendo, enfim, reconhecidos culpados,
sejam depostos mediante justa sentença.
ARTIGO
XXVII - DO BATISMO
O batismo não só
é um sinal de profissão e marca
de diferença, com que se distinguem os
cristãos dos que o não são,
mas também um sinal de regeneração
ou novo nascimento, pelo qual, como por instrumento,
os que recebem o batismo devidamente, são
enxertados na Igreja; as promessas da remissão
dos pecados, e da nossa adoção como
filhos de Deus pelo Espírito Santo, são
visivelmente marcadas e seladas, a fé é
confirmada, e a graça aumentada por virtude
da oração de Deus.
O batismo das crianças deve conservar-se
de qualquer modo na Igreja como sumamente conforme
à instituição de Cristo.
ARTIGO
XXVIII - DA CEIA DO SENHOR
A ceia do Senhor não
só é um sinal de mútuo amor
que os cristãos devem ter uns para com
os outros; mas antes é um sacramento da
nossa redenção pela morte de Cristo,
de sorte que para os que devida e dignamente,
e com fé o recebem, o pão que partimos
é uma participação do Corpo
de Cristo; e de igual modo o cálice de
bênção é uma participação
do Sangue de Cristo.
A transubstanciação (ou mudança
da substância do pão e do vinho)
na ceia do Senhor, não se pode provar pela
Escritura Sagrada; mas antes repugna às
palavras terminantes da Escritura, subverte a
natureza do sacramento, e tem dado ocasião
a muitas superstições. O Corpo de
Cristo é dado, tomado, e comido na ceia,
somente dum modo celeste e espiritual. E o meio
pelo qual o Corpo de Cristo é recebido
e comido na ceia é a fé.
O sacramento da ceia do Senhor não foi
pela ordenança de Cristo reservado, nem
levado em procissão, nem elevado, nem adorado.
ARTIGO
XXIX - DOS ÍMPIOS, QUE NÃO COMEM
O CORPO DE CRISTO NA CEIA DO SENHOR
Os ímpios, e os destituídos
da fé viva, ainda que carnal e visivelmente
comprimam com os dentes (como diz santo Agostinho)
o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo; nem
por isso são de maneira alguma participantes
de Cristo: mas antes, para sua condenação,
comem e bebem o sinal ou sacramento de uma coisa
tão importante.
ARTIGO
XXX - DE AMBAS AS ESPÉCIES
O cálice do Senhor
não se deve negar aos leigos; porque ambas
as partes do sacramento do Senhor, por instituição
e ordem de Cristo, devem ser administradas a todos
os cristãos igualmente.
ARTIGO
XXXI - DA ÚNICA OBLAÇÃO DE
CRISTO CONSUMADA NA CRUZ
A oblação de
Cristo uma só vez consumada é a
perfeita redenção, propiciação,
e satisfação por todos os pecados,
tanto originais como atuais, do mundo inteiro;
e não há nenhuma outra satisfação
pelos pecados, senão esta unicamente. Portanto
os sacrifícios das missas, nos quais vulgarmente
se dizia que o sacerdote oferecia Cristo para
a remissão da pena ou culpa, pelos vivos
ou mortos, são fábulas blasfemas
e enganos perigosos.
ARTIGO
XXXII - DO CASAMENTO DE SACERDOTES
Os bispos, presbíteros
e diáconos não são obrigados,
por preceito algum da lei de Deus, a votar-se
ao estado celibatário, ou abster-se do
matrimônio; portanto é-lhes lícito,
como aos demais cristãos, casar como entenderem,
se julgarem que isso lhes é mais útil
à piedade.
ARTIGO
XXXIII - COMO DEVEMOS EVITAR AS PESSOAS EXCOMUNGADAS
Aquele que por denúncia
pública da Igreja for justamente separado
da unidade da Igreja, e suspenso da comunhão,
deve ser tido por pagão e publicano por
todos os fiéis, até que seja mediante
penitência recebido nas Igreja por um juiz
que tenha autoridade para isso.
ARTIGO
XXXIV - DAS TRADIÇÕES DA IGREJA
Não é necessário
que as tradições e cerimônias
sejam em toda parte as mesmas, ou totalmente semelhantes;
porque em todos os tempos têm sido diversas,
e podem ser alteradas segundo as diversidades
dos países, tempo e costumes dos homens,
contanto que nada se estabeleça contrário
à Palavra de Deus. Todo aquele que por
seu particular juízo, com ânimo voluntário
e deliberado, quebrar manifestamente as tradições
e cerimônias da Igreja, que não são
contrárias à Palavra de Deus, e
se acham estabelecidas e aprovadas pela autoridade
comum, (para que outros temam fazer o mesmo),
deve ser publicamente repreendido, como quem ofende
a ordem comum da Igreja, fere a autoridade do
magistrado, e vulnera as consciência dos
irmãos débeis.
Toda a Igreja particular ou nacional tem autoridade,
para ordenar, mudar e abolir as cerimônias
ou ritos da Igreja, instituídos unicamente
pela autoridade humana, contanto que tudo se faça
para edificação.
ARTIGO
XXXV - DAS HOMILIAS
O Segundo livro das Homilias,
cujos títulos reunimos abaixo deste artigo,
contém doutrina pia, saudável e
necessária para estes tempos, como também
o primeiro livro das Homilias, publicado ao tempo
de Eduardo VI; e portanto julgamos que devem ser
lidas pelos ministros, diligente e distintamente
nas igrejas, para que sejam entendidas pelo povo.
Dos nomes das homilias
1. Do uso correto da Igreja
2. Contra o perigo da idolatria
3. Do reparo e asseio das Igrejas
4. Das boas obras: principalmente jejum
5. Contra a glutonaria e embriaguez
6. Contra o luxo do vestuário
7. Da oração
8. Do lugar e Templo da Oração
9. De como Orações e Sacramentos
se devem ministrar em língua conhecida
10. Da reverente estima à Palavra de Deus
11. Das esmolas
12. Da natividade de Cristo
13. Da Paixão de Cristo
14. Da ressurreição de Cristo
15. Da digna recepção do Sacramento
do Corpo de Cristo
16. Dos dons do Espírito Santo
17. Para os dias de Rogações
18. Do estado do matrimônio
19. Do arrependimento
20. Contra a ociosidade
21. Contra a rebelião
[Este Artigo é recebido
nesta Igreja enquanto declara que os livros das
Homilias são explicações
da doutrina cristã, e se destinam à
instrução na piedade e moralidade.
As referências à constituição
e leis da Inglaterra são, porém,
consideradas implacáveis às circunstâncias
desta Igreja pelo que está suspensa também
a ordem para leitura das referidas Homilias nas
Igrejas, até que se proceda à revisão
que se impõe, para livrá-las tanto
de palavras obsoletas como das referências
de natureza local].
ARTIGO
XXXVI - DA SAGRAÇÃO DE BISPOS E
MINISTROS
O livro da sagração
de Bispos, e ordenação de Presbíteros
e Diáconos, estabelecido pela Convenção
Geral desta Igreja em 1792 contém tudo
quanto é necessário para a referida
sagração e ordenação;
nem há nele coisa alguma que seja por si
mesma supersticiosa e ímpia. E, por conseqüência,
todos aqueles que são sagrados ou ordenados
segundo a referida fórmula, decretamos
que todos eles são reta, canônica
e legalmente ordenados.
ARTIGO
XXXVII - DO PODER DOS MAGISTRADOS CIVIS
O poder do magistrado civil
estende-se a todos os homens, tanto clérigo
como leigos, em todas as coisas temporais; porém
não tem autoridade alguma em coisa puramente
espirituais. E temos por dever de todos os homens
que professam o Evangelho o renderem obediência
respeitosa à autoridade civil, que é
regular e legitimamente constituída.
ARTIGO
XXXVIII - DE QUE NÃO SÃO COMUNS
OS BENS ENTRE CRISTÃOS
As riquezas e bens dos cristãos
não são comuns quanto ao direito,
título e posse, como falsamente apregoam
certos anabatistas. Todos, no entanto, das coisas
que possuem devem dar liberalmente esmola aos
pobres, segundo o seu poder.
ARTIGO
XXXIX - DO JURAMENTO DUM CRISTÃO
Assim como confessamos que
o juramento vão e temerário é
proibido aos cristãos por nosso Senhor
Jesus Cristo, e por Tiago, seu apóstolo,
assim também julgamos que a religião
cristã de nenhum modo proíbe que
uma pessoa jure quando o magistrado o exige em
causa de fé e caridade; contanto que isto
se faça segundo a doutrina do profeta,
em justiça, juízo e verdade.
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DECLARAÇÃO DE ATLANTA
COMUNHÃO
DAS IGREJAS CRISTÃS EPISCOPAIS
Queridos irmãos
e irmãs em Cristo:
O Congresso Anglicano dos EUA, ocorrido de 4 a 7
de dezembro de 2002, em Atlanta, foi maravilhoso.
Aproximadamente 300 pessoas participaram, dentre
os quais, pelo que pude ver, 20 bispos, que assinaram
a Declaração anexa. Agradeço
a Deus por nos ter reunido e ao anfitrião,
Padre Richard Kew.
The Living Church Magazine me chamou esta semana
e referiu-se ao Congresso e à Declaração
como "históricos...".
Em Cristo,
+Peter
W. Riola
Diocese
de St. Paul - Minnesota (EUA)
Communion of Evangelical Episcopal Churches-CEEC
http://episcopal.cjb.net
DECLARAÇÃO DE ATLANTA
Nós, bispos na Igreja
de Deus, abaixo-assinados, participando do Congresso
Anglicano, reunido na St. Philips Cathedral, em
Atlanta, Geórgia, de 4 a 7 de dezembro de
2002, por este meio declaramos nossa unidade no
compromisso comum para as seguintes
normas:
NORMAS DO REINO (PARA COOPERAÇÃO E
RESPONSABILIDADE)
Nossa
lealdade comum é para com Jesus Cristo, nosso
Senhor e Salvador, e para com a fé e a moral
católicas históricas. Nós estamos,
então:
1. Comprometidos com a unidade entre os anglicanos
ortodoxos, os que pertencem e os que não
pertencem à Comunhão Anglicana como
presentemente está constituída, respeitando
um ao outro, embora chamados em jurisdições
diferentes, e respeitando nossas diferenças,
considerando o Livro de Oração Comum
e o ministério ordenado de mulheres, durante
este período de aceitação e
discernimento. Levando isto em conta, estamos:
(a) Comprometidos a honrar os ministérios
um do outro em palavra e ação, até
mesmo quando existe alguma discordância;
(b) Comprometidos a consultar cada um pessoalmente
em caso de má fé alegada ou percebida;
(c) Comprometidos a não falar mal um do outro;
e
2. Comprometidos a trabalhar juntos em missão:
(a) Proclamando o Evangelho,
(b) Desafiando os falsos ensinos, e
(c) Trabalhando em colegiado no desenvolvimento
de estratégias missionárias.
(assinado)
+Robert Duncan, ECUSA, Pittsburgh
+Ray B. Sutton, Dallas, REC
+Leonard W. Riches, presiding bishop, REC
+Jack L. Iker, ECUSA, Fort Worth
John H. Rodgers, Jr., AMiA
+Keith L. Ackerman, ECUSA, Quincy
+Donald Perschall, American Anglican Church
+Richard J. Boyer, Anglican Province of America,
Seattle
+Daniel R. Morse
+Maurice W. Sinclair, Retired Bishop, Southern Cone
+James W. West, Jr.
+Peter Brewer
+Walter H. Grundorf
+Molcomb Howley
+Alden M. Hathaway
+Bernard M. Malango, Africa
+Francis R. Lyons, Bolivia
Charles H. Murphy III, AMiA
+Thaddeus R. Brown Barnum, AMiA
+Peter W. Riola, Diocese of St. Paul (CEEC)
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DECLARAÇÃO DE MONTREAL
Na qualidade de membros da Igreja Anglicana do Canadá,
representantes de cada província e território
do país, e como participantes da “Conferência
sobre o Essencial”, em Montreal, 1994, juntos
louvamos a Deus por sua graça salvadora e
pelo companheirismo que desfrutamos com nosso Senhor
e uns com os outros.
Afirmamos os seguintes pontos essenciais à
fé cristã:
1.
Cremos em Deus Trino
Há um só Deus, que
se auto-revelou como três pessoas “de
uma só substância, poder e eternidade”,
o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Por
causa do evangelho, rejeitamos qualquer proposta
para modificar ou marginalizar esses termos e
afirmamos seu justo lugar na oração,
na liturgia e no canto de hinos. O evangelho nos
convida pelo Espírito Santo a compartilhar
companheirismo eternamente com o Deus Trino, como
filhos adotados na família de Deus na qual
Jesus Cristo é ao mesmo tempo nosso Salvador
e nosso Irmão.
Dt 6:4, Is 45:5, Mt 28:19, II Co
13:14, Gl 4 :4-6, II Ts 2:13-14, I Pd 1:2, Jd
20 :21 (Ver Artigo I dos 39 Artigos de Religião)
2. Cremos
em Deus: Criador, Redentor e Santificador
O Todo-poderoso Deus Trino criou
um universo que em todo sentido era bom, até
a queda e a confusão produzidas pela rebelião
de suas criaturas. Tendo sido introduzido o pecado,
Deus em amor se propôs restaurar a ordem
cósmica com:
• o chamado de um povo com o qual fez um
pacto, a saber, Israel.
• a vinda de Jesus Cristo para nos redimir.
• o derramamento do Espírito Santo
para nos santificar.
• o surgimento e a edificação
da Igreja para lhe oferecer culto e dar testemunho
no mundo.
• a segunda vinda de Cristo em glória
para fazer novas todas as coisas. Através
da história, o desenvolvimento do plano
de Deus se caracteriza por suas obras milagrosas
de poder.
Gn 1:3, Is 40:28, 65:17, Mt 6:10, At 17:24-26-28,
I Co 15:28, II Co 5:19, Ef 1:11, II Tm 3:16, Hb
11:3, Ap 21:5 (Ver Artigo I)
3.
Afirmamos que a Palavra se fez carne. Cremos em
Jesus Cristo
• o Filho encarnado de Deus, nascido sem
pecado, da virgem Maria.
• ressuscitado dos mortos corporalmente
e agora reinando em glória, ainda presente
com seu povo pelo Espírito Santo.
• que é a um só tempo o Jesus
da história e o Cristo das Escrituras.
• é Deus conosco, o único
mediador entre Deus e a humanidade, a Fonte da
salvação e o Doador da vida eterna
à igreja universal.
Mt 1:24,25, Mc 15:20-37, Lc 1:35,
Jo 1:14, 17:20-21, At 1:9-11, 4:12, Rm 5:17, Fl
2:5-6, Cl 2:9, 1 Tm 2:5-6, Hb 1:2, 9:15 (Ver Artigos
II-IV, e o Credo Niceno)
4. Cremos
em Jesus Cristo, o único Salvador
O pecado humano é rebelião
orgulhosa contra a autoridade de Deus. Expressa-se
em nossa rejeição a viver em amor
tanto com o Criador como com suas criaturas. O
pecado corrompe nossa natureza e o seu resultado
é a injustiça, a opressão,
a desintegração tanto em nível
pessoal como social. Portanto, somos culpáveis
diante de Deus.
• O pecado destrói a esperança
e nos conduz a um futuro sem Deus e separados
de todo o bem.
• O único que pode nos salvar da
culpa, da vergonha e do pecado é Jesus
Cristo. Ele é o único que pode nos
tirar do caminho do pecado.
• O arrependimento genuíno e a fé
verdadeira nele são os únicos caminhos
que nos levam à salvação.
• Por seu sacrifício propiciatório
na cruz por nossos pecados, Jesus venceu os poderes
das trevas e assegurou nossa redenção
e justificação. Por sua ressurreição
corporal garantiu a futura ressurreição
e o galardão eterno de todos os crentes.
Por seu dom regenerador do Espírito, restaura
nossa natureza decaída e nos renova à
sua imagem.
Por isso, afirmamos:
• Em cada geração, ele é
o caminho, a verdade e a vida para indivíduos
pecadores e o único arquiteto e construtor
da comunidade humana restaurada.
Jo 14:6, At 1:9-11, 2:32-33, 4:12,
Rm3:22-25, I Co 15:20-24, II Co 5:18-19, Fl 2:9-11,
Cl 2:13-15, I Tm 2:5-6, I Pe 1:3-5, I Jo 4:14,
5:11-12 (Ver artigos II, IV, XI, XV, XVIII e XXXI).
5. Cremos no Espírito de vida, o Espírito
Santo, “o Senhor, doador da vida”
• enviado à igreja pelo Pai e pelo
Filho.
• revela a glória de Jesus Cristo.
• convence-nos do pecado.
• transforma-nos interiormente.
• leva-nos a ter fé.
• ajuda-nos a viver com justiça.
• cria a comunhão
• dá-nos poder para o serviço
• o Espírito Santo transforma nossa
natureza humana e nos dá uma verdadeira
idéia do céu.
A unidade em amor dos cristãos e das igrejas
cheios do Espírito Santo é sinal
da poderosa verdade do cristianismo.
Gn 1:2, Ex 31:2-5, Sl 51:11, Jo 3:5-6, 14:26,
15:26,16:7-11, 13,15, I Co 2 :4, 6 :19, 12:4-7,
II Co 3 :18, Gl 4:4-6, 5:22-26, Ef 1:13-24, 5:18,
I Ts 5:19, II Tm 3:16. (Ver Credo Niceno)
6. A autoridade
da Bíblia
As Escrituras canônicas do
Antigo e do Novo Testamentos são “a
Palavra de Deus escrita” inspirada e autorizada,
verdadeira e confiável, coerente e suficiente
para a salvação. “A Palavra
de Deus escrita” tem vida e é poderosa
como guia divino tanto para a conduta quanto para
a fé cristã.
A fé trinitária, cristocêntrica,
orientada para a redenção, que se
encontra na Bíblia, está definida
nos credos ecumênicos históricos
e nos documentos anglicanos fundamentais.
Em cada época, o Espírito Santo
conduz o povo de Deus, a igreja, a submeter-se
à direção das Escrituras.
Para isso, emprega sempre como pontos de referência
o respeito pelas sãs tradições,
o uso humilde da razão humana e a oração.
A igreja não pode se constituir em juíza
das Escrituras, selecionando e descartando seus
ensinamentos. As Escrituras, sob a autoridade
de Cristo, é que julgam a igreja para aferir
sua fidelidade à verdade por ele revelada.
Dt 29:29, Is 40:8, 55:11, Mt 5
:17-18, Jo 10:35, 14:26, Rm 1:16, Ef 1:17-19,
II Tm 2:15, 3:14-17, II Pe 1:20-21 (Ver Artigos
VI, VIII e XX).
7.
A Igreja de Deus
A sociedade sobrenatural denominada Igreja é:
• a família de Deus.
• o corpo de Cristo.
• o templo do Espírito Santo.
É a comunidade dos crentes,
justificados pela fé em Cristo, incorporados
à vida ressuscitada de Cristo e posta sob
a autoridade das Sagradas Escrituras como a Palavra
de Cristo. A igreja na terra está unida
por meio de Cristo à igreja no céu
na comunhão dos santos. Através
do ministério da igreja, quer dizer, da
Palavra e dos sacramentos do evangelho (o batismo
e Santa Comunhão), Deus ministra vida em
Cristo aos fiéis, capacitando-os assim
à adoração, ao testemunho
e ao serviço. Na vida da igreja só
deve manter-se como essencial para a salvação
aquilo que pode ser comprovado nas Escrituras.
O não essencial não deve ser requerido
de ninguém como crença, nem exigido
como matéria de doutrina, disciplina ou
culto.
Ef 3:10-21, 5:23-27, I Tm 3.15,
Hb 12:1-2, II Tm 3.14-17 (Ver Artigos XIX, XX
e XXI).
8.
A Nova vida em Cristo
Deus fez os seres humanos à sua imagem
divina para que pudessem gloriar-se e alegrar-se
nele para sempre. Desde a queda, o pecado tem
nos distanciado a todos de Deus e trazido confusão
às nossas motivações e ações.
Assim como a propiciação e a justificação
restauram a nossa comunhão com Deus e nos
perdoam o pecado, a regeneração
e a santificação também nos
renovam à imagem de Cristo, para podermos
vencer o pecado. É o Espírito Santo
quem nos ajuda a levar uma vida disciplinada e
a praticar as disciplinas cristãs; e nos
transforma através das mesmas, gradativamente.
Não nos é outorgada neste mundo
a ausência total do pecado, nem em nível
pessoal, nem na igreja ou na sociedade. Nós,
cristãos, continuaremos sendo imperfeitos
“em pensamento, palavra e obra” até
sermos aperfeiçoados no céu.
Gn 1:26-28, 3, Jo 3:5-6, 16:13, Rm 3:23-24, 5:12,
I Co 12:4-7, II Co 3:17-18, Gl 5:22-24, Ef 2:1-5,
Fl 2:13, II Pe 3:10-13 (Ver Artigos IX-XVI).
9.
O Ministério na Igreja
O Espírito Santo outorga dons diferentes
e distintivos a todos os cristãos, com
o propósito de glorificar a Deus e edificar
sua igreja na verdade e no amor. Todo cristão
recebe em seu batismo o chamado a ser um ministro,
independentemente de gênero, raça,
idade ou condição sócio-econômica.
Cada filho de Deus deve desenvolver seus dons
no serviço para o qual Deus o chamou e
capacitou.
Dentro do sacerdócio de todos os crentes,
honramos o ministério da Palavra e dos
sacramentos, para o qual são especialmente
separados os bispos, os presbíteros e os
diáconos.
Rm 12:6-8, I Co 3.16, 6:11, 12:4-7, 27, II Co
5:20, Gl 2.16, Ef 4:11-13, I Tm 3:1, 12-13, 5:17,
Hb 2:11, I Pe 2:4-5, 9-10 (Ver Artigos XIX e XXIII).
10.
O culto da igreja
O chamado primordial da igreja, assim como o de
cada cristão, é oferecer culto,
em Espírito e em verdade, ao Deus da criação,
da providência e da graça.
As dimensões essencial do culto são
o louvor e a ação de graças
por todas as coisas boas, a proclamação
e a celebração da glória
de Deus e de Jesus Cristo, a oração
pelas necessidades humanas e pelo avanço
do reino de Cristo, e o oferecimento de nós
mesmos como sacrifício vivo.
Todas as formas litúrgicas, sejam informais,
escritas, musicais ou cerimoniais, devem se desenvolver
sob a autoridade das Escrituras. O Livro de Oração
Comum provê um padrão doutrinal alicerçado
na Bíblia e deve ser observado como norma
para toda alternativa litúrgica. Ele não
deverá ser revisado drasticamente, no clima
de confusão teológica que se encontra
em muitas partes da igreja contemporânea.
Nenhuma forma de culto pode exaltar a Cristo verdadeiramente
nem promover uma verdadeira devoção
a ele sem a presença e o poder do Espírito
Santo. A oração para a cura divina,
tanto espiritual como física, é
um bom elemento do culto anglicano.
Jo 4:24, 16:8-15, At 1:8, 2:42-47,
Rm 12:1, ICo 11:23-26, 12:7, II Co 5:18-19, Ef
5:18-20, Cl 3:16, I Ts 1:4-5, 5:19 (Ver Artigo
XXXIV).
11.
A prioridade do evangelismo
Evangelizar significa proclamar a Jesus Cristo
como Salvador divino, Senhor e Amigo, de modo
que isso seja um convite às pessoas para
aproximar-se de Deus por meio dele, render-lhe
culto e servi-lo, e buscar o poder do Espírito
Santo para uma vida de discipulado na comunidade
da Igreja.
Todo cristão é chamado a testemunhar
de Cristo, como sinal de amor tanto a ele como
a seu próximo. Essa tarefa, que é
um tema prioritário, requer treinamento
pessoal e uma constante busca de métodos
apropriados para obter uma comunicação
persuasiva e convincente. Nós plantamos
a semente e esperamos que Deus envie o fruto.
Mat 5:13-16, 28:19-20, Jo 3:16-18, 20:21, At 2:37-39,
5:31-32, Jo1, I Co 1:23, 15:2-4, II Co.4:5, 5:20,
I Pe 3:15.
12.
O desafio da missão mundial
Continua sendo necessário responder à
Grande Comissão de Jesus Cristo através
de um compromisso com o evangelismo e com o cuidado
pastoral que vá além da nossa própria
cultura. A ordem de Jesus Cristo para pregar o
evangelho por todo o mundo, fazer discípulos
e plantar igrejas, continua valendo. A missão
deve se caracterizar pelo serviço.
Cristo e sua salvação devem ser
proclamados em todo lugar, com sensibilidade mas
energicamente, tanto em nosso país como
no exterior. A missão transcultural tem
que ser apoiada com oração, generosidade,
ofertas e com o envio de missionários.
A missão global envolve companheirismo
e intercâmbio.
Mat 28:19-20, Mc 16:15, Lc 10:2, Rm 15:23-24,
I Co 2:4-5, 9:22-23, II Co 4:5, 8:1,4,7, Ef 6:19-20,
Fl 2:5-7, I Ts1:6-8.
13.
O desafio da ação social
O evangelho compele a igreja a ser “sal”
e “luz” no mundo e a mostrar coerência
em sua vida diária e nos ensinamentos bíblicos
para que se ordene corretamente a vida social,
econômica e política e para que haja
uma boa mordomia de toda a criação.
Os cristãos devem preocupar-se com a injustiça
e em executar atos de misericórdia. Ainda
que não se possa identificar nenhum sistema
social com o Reino de Deus, a ação
social é parte integrante da nossa obediência
ao evangelho.
Gn 1:26-28, Is 30:18, 58:6-10, Am 5:24, Mt 5:13-16,
22:37-40, 25:31-46, Lc 4:17-21, Jo 20:21, II Co
1:3-4, Tg 2:14-26, I Jo 4:16, Ap 1:5-6, 5:9-10
(Ver Artigo XXXVIII).
14.
Os padrões da conduta sexual
Deus planejou a sexualidade humana não
apenas para a procriação, mas também
como manifestação alegre do amor
que se expressa na fidelidade entre um homem e
uma mulher, dentro do casamento. Essa é
a única relação sexual que
a teologia bíblica considera boa e santa.
O adultério, a fornicação
e as uniões homossexuais são intimidades
contrárias ao ideal e ao propósito
de Deus. Os cristãos, que como todos, lutam
contra as tentações homossexuais,
devem buscar um modo de receber e ministrar a
santidade integral que tanto necessitamos em uma
humanidade sexualmente prejudicada. A homofobia
e todo tipo de hipocrisia e abuso sexual são
males, e contra eles os cristãos devem
estar sempre vigilantes.
A igreja não pode rebaixar os padrões
divinos de conduta sexual para nenhum dos seus
membros; ao contrário, deve buscar como
honrar a Deus apoiando essas normas tenazmente
e opor-se corajosamente aos desvios das mesmas
que são aceitos na sociedade.
Cada congregação local tem que buscar
as formas de responder às necessidades
específicas que os solteiros têm
de amizade e comunhão.
Gn 1:26-28, 2:21-24, Mt 5:27-32,
19:3-12, Lc 7:36-50, Jo 8:1-11, Rm 1:21-28, 3:22-24,
I Co 6:9-11, 13-16, 7:7, Ef 5:3, I Tm 1:8-11,
3:2-4, 12.
15.
A família e o chamado ao celibato
Para o amor, a intimidade, o crescimento até
a maturidade, a estabilidade, a mulher, o homem
e as crianças, todos, recebem sua orientação
através da família nuclear.
O divórcio, o abuso de menores, a violência
doméstica, o estupro, a pornografia, a
ausência dos pais, a dominação
machista, o aborto, o concubinato e os pares homossexuais,
refletem, todos, o afrouxamento do ideal da família.
Os cristãos têm que fortalecer a
vida familiar através do ensino, do treinamento,
do apoio efetivo e do trabalho em busca das condições
sócio-políticas que defendam a família.
As família nas quais há só
um dos pais e as vítimas de lares desfeitos
têm necessidades específicas às
quais as congregações locais devem
responder com sensibilidade e misericórdia.
O celibato é também digno de respeito
como um dom de Deus e uma vocação
santa. Os solteiros recebem com a chaada a graça
de Deus para viver em castidade.
Sl 119:9-11, Pv 22:6, Mt 5:31-32, Mc 10:6-9, I
Co.6:9-11, Ef 5:21, 6:4, Cl 3:18-21, Jo 3:14-15.
16.
O Novo Começo
Juntos, reafirmamos nossa confiança no
cristianismo anglicano que se expressa nos padrões
históricos dos credos ecumênicos,
dos Trinta e Nove Artigos de Religião e
do Livro de Oração Comum.
O respeito por estes padrões reforça
nossa identidade e comunhão. Como pecadores,
reconhecemos que freqüentemente temos sido
desobedientes ao Senhor da igreja. Com a ajuda
de Deus, resolvemos guardar nossa herança
de fé e transmiti-la intacta, integralmente.
Esta plenitude de fé é necessária
tanto para a renovação anglicana
como para a proclamação eficaz das
Boas Novas de Jesus Cristo, no poder do Espírito
Santo.
Convidamos a todos os anglicanos (e cristãos
de outras denominações) a unir-se
a nós, afirmando que esta Declaração
contém o essencial da fé para o
discipulado e para a prática cristã
em nossos dias.
Nesta Declaração, cremos estar insistindo
somente naquilo que é genuinamente essencial.
Quanto ao não essencial, devemos pedir
a graça do Senhor para reconhecer e respeitar
a liberdade que tem tradicionalmente caracterizado
nossa herança anglicana.
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AS 95 TESES DE LUTERO
1ª
Tese Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo:
"Arrependei-vos", certamente quer que
toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo
arrependimento.
2ª Tese E esta expressão não
pode e não deve ser interpretada como referindo-se
ao sacramento da penitência, isto é,
à confissão e satisfação,
a cargo do ofício dos sacerdotes.
3ª Tese Todavia não quer que apenas
se entenda o arrependimento interno; o arrependimento
interno nem mesmo é arrependimento quando
não produz toda sorte de modificações
da carne.
4ª Tese Assim sendo, o arrependimento e o pesar,
isto é, a verdadeira penitência, perdura
enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber,
até a entrada desta para a vida eterna.
5ª Tese O papa não quer e não
pode dispensar outras penas, além das que
impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones,
que são estatutos papais.
6ª Tese O papa não pode perdoar divida
senão declarar e confirmar aquilo que já
foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos
que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados,
a dívida deixaria de ser em absoluto anulada
ou perdoada.
7ª Tese Deus a ninguém perdoa a dívida
sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade,
ao sacerdote, seu vigário.
8ª Tese Canones poenitendiales, que não
as ordenanças de prescrição
da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas
aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas
ordenanças, não dizem respeito aos
moribundos.
9ª Tese Eis porque o Espírito Santo
nos faz bem mediante o papa, excluído este
de todos os seus decretos ou direitos o artigo da
morte e da necessidade suprema
10ª Tese Procedem desajuizadamente e mal os
sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos
poenitentias canonicas ou penitências para
o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese Este joio, que é o de se transformar
a penitência e satisfação, Previstas
pelos cânones ou estatutos, em penitência
ou penas do purgatório, foi semeado quando
os bispos se achavam dormindo.
12ª Tese Outrora canonicae poenae, ou sejam
penitência e satisfação por
pecadores cometidos eram impostos, não depois,
mas antes da absolvição, com a finalidade
de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese Os moribundos tudo satisfazem com
a sua morte e estão mortos para o direito
canônico, sendo, portanto, dispensados, com
justiça, de sua imposição.
14ª Tese Piedade ou amor Imperfeitos da parte
daquele qtie se acha às portas da morte necessariamente
resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor,
tanto maior o temor.
15ª Tese Este temor e espanto em si tão
só, sem falar de outras cousas, bastam para
causar o tormento e o horror do purgatório,
pois que se avizinham da angústia do desespero.
16ª Tese Inferno, purgatório e céu
parecem ser tão diferentes quanto o são
um do outro o desespero completo, incompleto ou
quase desespero e certeza.
17ª Tese Parece que assim como no purgatório
diminuem a angústia e o espanto das almas,
nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese Bem assim parece não ter sido
provado, nem por boas ações e nem
pela Escritura, que as almas no purgatório
se encontram fora da possibilidade do mérito
ou do crescimento no amor.
19ª Tese Ainda parece não ter sido provado
que todas as almas do purgatório tenham certeza
de sua salvação e não receiem
por ela, não obstante nós termos absoluta
certeza disto.
20ª Tese Por isso o papa não quer dizer
e nem compreende com as palavras “perdão
plenário de todas as penas” que todo
o tormento é perdoado, mas as penas por ele
impostas.
21ª Tese Eis porque erram os apregoadores de
indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado
de todas as penas e salvo mediante a indulgência
do papa.
22ª Tese Pensa com efeito, o papa nenhuma pena
dispensa às almas no purgatório das
que segundo os cânones da Igreja deviam ter
expiado e pago na presente vida.
23ª Tese Verdade é que se houver qualquer
perdão plenário das penas, este apenas
será dado aos mais perfeitos, que são
muito poucos.
24ª Tese Assim sendo, a maioria do povo é
ludibriada com as pomposas promessas do indistinto
perdão, impressionando-se o homem singelo
com as penas pagas.
25ª Tese Exatamente o mesmo poder geral, que
o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo
e cura d’almas o tem no seu bispado e na sua
paróquia, quer de modo especial e quer para
com os seus em particular.
26ª Tese O papa faz muito bem em não
conceder às almas o perdão em virtude
do poder das chaves (ao qual não possui),
mas pela ajuda ou em forma de intercessão.
27ª Tese Pregam futilidades humanas quantos
alegam que no momento em que a moeda soa ao cair
na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese Certo é que no momento em que
a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor
ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém,
ou a intercessão da Igreja tão só
correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29ª Tese E quem sabe, se todas as almas do
purgatório querem ser libertadas, quando
há quem diga o que sucedeu com Santo Severino
e Pascoal.
30ª Tese Ninguém tem certeza da suficiência
do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito
menos certeza pode ter de haver alcançado
pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese Tão raro como existe alguém
que possui arrependimento e, pesar verdadeiros,
tão raro também é aquele que
verdadeiramente alcança indulgência,
sendo bem poucos os que se encontram.
32ª Tese Irão para o diabo juntamente
com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza
de sua salvação mediante breves de
indulgência.
33ª Tese Há que acautelasse muito e
ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência
do papa é a mais sublime e mais preciosa
graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem
é reconciliado com Deus.
34ª Tese Tanto assim que a graça da
indulgência apenas se refere à pena
satisfatória estipulada por homens.
35ª Tese Ensinam de maneira ímpia quantos
alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório
ou adquirir breves de confissão não
necessitam de arrependimento e pesar.
36ª Tese Todo e qualquer cristão que
se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente
pesar por ter pecado, tem pleno perdão da
pena e da dívida, perdão esse que
lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37ª Tese Todo e qualquer cristão verdadeiro,
vivo ou morto, é participante de todos os
bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus,
mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese Entretanto se não deve desprezar
o perdão e a distribuição por
parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão
constitui uma declaração do perdão
divino.
39ª Tese É extremamente difícil,
mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar
diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da
indulgência e ao contrário o verdadeiro
arrependimento e pesar.
40ª Tese O verdadeiro arrependimento e pesar
buscam e amam o castigo: mas a profusão da
indulgência livra das penas e faz com que
se as aborreça, pelo menos quando há
oportunidade para isso.
41ª Tese É necessário pregar
cautelosamente sobre a indulgência papal para
que o homem singelo não julgue erroneamente
ser a indulgência preferível às
demais obras de caridade ou melhor do que elas.
42ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos,
não ser pensamento e opinião do papa
que a aquisição de indulgência
de alguma maneira possa ser comparada com qualquer
obra de caridade.
43ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos
proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta
aos necessitados do que os que compram indulgências.
44ª Tese Ê que pela obra de caridade
cresce o amor ao próximo e o homem torna-se
mais piedoso; pelas indulgências, porém,
não se torna melhor senão mais seguro
e livre da pena.
45ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos
que aquele que vê seu próximo padecer
necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com
indulgências, não adquire indulgências
do papa. mas provoca a ira de Deus.
46ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos
que, se não tiverem fartura , fiquem com
o necessário para a casa e de maneira nenhuma
o esbanjem com indulgências.
47ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos,
ser a compra de indulgências livre e não
ordenada
48ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos
que, se o papa precisa conceder mais indulgências,
mais necessita de uma oração fervorosa
do que de dinheiro.
49ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos,
serem muito boas as indulgências do papa enquanto
o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais
quando, em conseqüência delas, se perde
o temor de Deus.
50ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos
que, se o papa tivesse conhecimento da traficância
dos apregoadores de indulgências, preferiria
ver a catedral de São Pedro ser reduzida
a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os
ossos de suas ovelhas.
51ª Tese Deve-se ensinar aos cristãos
que o papa, por dever seu, preferiria distribuir
o seu dinheiro aos que em geral são despojados
do dinheiro pelos apregoadores de indulgências,
vendendo, se necessário fosse, a própria
catedral de São Pedro.
52º Tese Comete-se injustiça contra
a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão,
se consagra tanto ou mais tempo à indulgência
do que à pregação da Palavra
do Senhor.
53ª Tese São inimigos de Cristo e do
papa quantos por causa da prédica de indulgências
proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese Esperar ser salvo mediante breves
de indulgência é vaidade e mentira,
mesmo se o comissário de indulgências,
mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma
como garantia.
55ª Tese A intenção do papa não
pode ser outra do que celebrar a indulgência,
que é a causa menor, com um sino, uma pompa
e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que
é o essencial, importa ser anunciado mediante
cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese Os tesouros da Igreja, dos quais o
papa tira e distribui as indulgências, não
são bastante mencionados e nem suficientemente
conhecido na Igreja de Cristo.
57ª Tese Que não são bens temporais,
é evidente, porquanto muitos pregadores a
estes não distribuem com facilidade, antes
os ajuntam.
58ª Tese Tão pouco são os merecimentos
de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são
eficientes e, independentemente do papa, operam
salvação do homem interior e a cruz,
a morte e o inferno para o homem exterior.
59ª Tese São Lourenço aos pobres
chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que
a palavra era usada na sua época.
60ª Tese Afirmamos com boa razão, sem
temeridade ou leviandade, que estes tesouros são
as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento
de Cristo.
61ª Tese Evidente é que para o perdão
de penas e para a absolvição em determinados
casos o poder do papa por si só basta.
62ª Tese O verdadeiro tesouro da Igreja é
o santíssimo Evangelho da glória e
da graça de Deus.
63ª Tese Este tesouro, porém, é
muito desprezado e odiado, porquanto faz com que
os primeiros sejam os últimos.
64ª Tese Enquanto isso o tesouro das indulgências
é sabiamente o mais apreciado, porquanto
faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese Por essa razão os tesouros
evangélicos outrora foram as redes com que
se apanhavam os ricos e abastados.
66ª Tese Os tesouros das indulgências,
porém, são as redes com que hoje se
apanham as riquezas dos homens.
67ª Tese As indulgências apregoadas pelos
seus vendedores como a mais sublime graça
decerto assim são consideradas porque lhes
trazem grandes proventos.
68ª Tese Nem por isso semelhante indigência
não deixa de ser a mais Intima graça
comparada com a graça de Deus e a piedade
da cruz.
69ª Tese Os bispos e os sacerdotes são
obrigados a receber os comissários das indulgências
apostólicas com toda a reverência
70ª Tese Entretanto têm muito maior dever
de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes
comissários, em vez de cumprirem as ordens
recebidas do papa, não preguem os seus próprios
sonhos.
71ª Tese Aquele, porém, que se insurgir
contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores
de indulgências, seja abençoado.
72ª Tese Quem levanta a sua voz contra a verdade
das indulgências papais é excomungado
e maldito.
73ª Tese Da mesma maneira em que o papa usa
de justiça ao fulminar com a excomunhão
aos que em prejuízo do comércio de
indulgências procedem astuciosamente.
74ª Tese Muito mais deseja atingir com o desfavor
e a excomunhão àqueles que, sob o
pretexto de indulgência, prejudiquem a santa
caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
75ª Tese Considerar as indulgências do
papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver
alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível)
tivesse deshonrado a mãe de Deus, significa
ser demente.
76ª Tese Bem ao contrario, afirmamos que a
indulgência do papa nem mesmo o menor pecado
venial pode anular o que diz respeito à culpa
que constitui.
77ª Tese Dizer que mesmo São Pedro,
se agora fosse papa, não poderia dispensar
maior indulgência, significa blasfemar S.
Pedro e o papa.
78ª Tese Em contrario dizemos que o atual papa,
e todos os que o sucederam, é detentor de
muito maior indulgência, isto é, o
Evangelho. as virtudes o dom de curar, etc., de
acordo com o que diz 1Coríntios 12.
79ª Tese Afirmar ter a cruz de indulgências
adornada com as armas do papa e colocada na igreja
tanto valor como a própria cruz de Cristo,
é blasfêmia.
80ª Tese Os bispos, padres e teólogos
que consentem em semelhante linguagem diante do
povo, terão de prestar contas deste procedimento.
81ª Tese Semelhante pregação,
a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência,
faz com que mesmo a homens doutos é difícil
proteger a devida reverência ao papa contra
a maledicência e as fortes objeções
dos leigos.
82ª Tese Eis um exemplo: Por que o papa não
tira duma só vez todas as almas do purgatório,
movido por santíssima' caridade e em face
da mais premente necessidade das almas, que seria
justíssirno motivo para tanto, quando em
troca de vil dinheiro para a construção
da catedral de S. Pedro, livra um sem número
de almas, logo por motivo bastante Insignificante?
83ª Tese Outrossim: Por que continuam as exéquias
e missas de ano em sufrágio das almas dos
defuntos e não se devolve o dinheiro recebido
para o mesmo fim ou não se permite os doadores
busquem de novo os benefícios ou pretendas
oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto
continuar a rezar pelos já resgatados?
84ª Tese Ainda: Que nova piedade de Deus e
dó papa é esta, que permite a um ímpio
e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável
a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar
esta mesma alma piedosa e querida de sua grande
necessidade por livre amor e sem paga?
85ª Tese Ainda: Por que os cânones de
penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e
morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante
dinheiro em forma de indulgência como se continuassem
bem vivos e em vigor?
86ª Tese Ainda: Por que o papa, cuja fortuna
hoje é mais principesca do que a de qualquer
Credo, não prefere edificar a catedral de
S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o
fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
87ª Tese Ainda: Quê ou que parte concede
o papa do dinheiro proveniente de indulgências
aos que pela penitência completa assiste o
direito à indulgência plenária?
88ª Tese Afinal: Que maior bem poderia receber
a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes
ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa
e participação da indulgência
a título gratuito.
89ª Tese Visto o papa visar mais a salvação
das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves
de indulgência outrora por ele concedidos,
aos quais atribuía as mesmas virtudes?
90ª Tese Refutar estes argumentos sagazes dos
leigos pelo uso da força e não mediante
argumentos da lógica, significa entregar
a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar
os cristãos.
91ª Tese Se a Indulgência fosse apregoada
segundo o espírito e sentido do papa, aqueles
receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam
surgido.
92ª Tese Fora, pois, com todos estes profetas
que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não
há Paz.
93ª Tese Abençoados sejam, porém,
todos os profetas que dizem à grei de Cristo:
Cruz! Cruz! e não há cruz.
94ª Tese Admoestem-se os cristãos a
que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo
através do padecimento, morte e inferno.
95ª Tese E assim esperem mais entrar no Reino
dos céus através de muitas tribulações
do que facilitados diante de consolações
infundadas.
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