Esta é a Comunhão de Igrejas Cristãs Episcopais do Brasil
RAÍZES COMUNS
Na década de 1970 uma visão de convergência começou a chegar a importantes grupos da Igreja, através dos frutos do movimento ecumênico. Naquele momento, começou a ganhar força entre vários líderes cristãos, a concepção de que a Igreja era um rio que estava formando várias correntes. Tais correntes eram necessárias para a plenitude desse rio e para a alegria do povo de Deus. Sob este contexto, em maio de 1977 foi organizado um encontro entre líderes evangélicos. Daquele encontro surgiram vozes que alimentariam o futuro movimento de convergência. Uma das consequências daquele encontro foi o conhecido e histórico documento intitulado “A chamada de Chicago”. Seu conteúdo intrigante, era um claro convite aos evangélicos, para descobrirem suas raízes históricas. O “Manifesto de Chicago” foi assinado por clérigos de destaque com Peter Gilquist, Thomas Howard, Robert Webber e John Braun. Sua mensagem era recuperar nossas raízes comuns e históricas para a transmissão fiel do evangelho, o que depois serviu como um precioso alicerce na visão e no desejo da nossa comunhão de igrejas. Somado aos nomes do “Manifesto de Chicago”, o Dr. Robert Webber, professor de teologia e Bíblia no Wheaton College, passou a ser mais uma voz pública na divulgação da visão de convergência. Seus esforços foram dirigidos até a renovação evangélica e ecumênica, com vistas a restaurar na igreja as suas antigas raízes. Em 1978, com a publicação do livro “Raízes Comuns”, onde escreve sobre os elementos básicos da vida, do culto, do testemunho e da espiritualidade da igreja – que teve suas raízes na experiência do século II do cristianismo – Webber insiste com os líderes das igrejas evangélicas, que adotem os modelos apresentados pela igreja do século II, para a renovação carismática dentro da sua riqueza espiritual e, que deem espaço para que Deus atue sobre esta nova ótica no meio deles.
O CAMINHO
A ideia de convergência surgiu da leitura dos livros de Robert Webber, descobertos por um crescente número de líderes que começavam a alimentar o mesmo desejo, apesar de não se conhecerem. Simultaneamente, outros autores como Richard Foster começaram a falar sobres suas experiências e descobertas. Todos expressavam os mesmos elementos sobre a “convergência” das correntes do cristianismo e, havia neles um desejo de experimentá-los como uma realidade em suas vidas e congregações. Não demorou e o Espírito de Deus começou a mostrar a esses líderes, nas Escrituras, a confirmação das suas descobertas e desejos comuns. Passagens como Mt 13:52, Jr 6:16, Ml 4:5-6, Jó 8:8-10, como também Jo 17 foram alargadas antes seus olhos, reforçando ainda mais o que eles buscavam. Foram indicações proféticas e sinais de que Deus estava falando à igreja local acerca do seu desejo de restaurar o rio em sua plenitude, através da convergência das correntes até então separadas (Sl 46:4-5). Reforçando o “sopro” daqueles dias, em 1993, houve uma conferência em Oklahoma sobre o tema “Tesouro Velhos e Novos: a Convergência das Correntes do Cristianismo”, patrocinada pela Fraternidade de São Barnabé. A Fraternidade, um grupo ecumênico de pastores e líderes, que se encontraram nesta peregrinação comum e vieram a compartilhar suas descobertas e experiências. Cerca de 75 líderes se reuniram na igreja do Espírito Santo, pastoreada pelo então Padre Michael Owen, outrora pastor da igreja da Videira. Presentes no pequeno, porém histórico acontecimento, estavam os fundadores da nova Igreja Episcopal Carismática, como também o padre Peter Gilquest da Igreja Ortodoxa de Antioquia (anteriormente um evangelista da Cruzada Estudantil para Cristo), o professor Thomas Howard (autor de “Ser Evangélico não é o Suficiente”), o Rev. Bob Stamps (ex-capelão da Oral Roberts University e o pioneiro deste conceito no campus de ORU na década de 1970), o Dr. Thomas Oden (professor de Patrística na Escola Metodista de Divindade, da Drew University), O Dr. Robert Webber e ainda o futuro bispo da Comunhão das Igrejas Episcopais Convergentes, o Reverendíssimo Paul Wayne Boosahda. A partir daí o movimento de convergência tomou os rumos que hoje conhecemos em todo o mundo.
A FUNDAÇÃO
Em outubro de 2002, a Paróquia Betânia da Diocese Anglicana do Recife, pertencente à Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, resolveu em assembleia com todos os membros, por unanimidade de votos, desligar-se da Igreja Anglicana. Sendo assim, a partir desta data passou a ser chamada Igreja Episcopal Evangélica Betânia. Em 8 de junho de 2002, após oito meses de oração em busca de resposta de Deus, resolveu em assembleia geral extraordinária, também por unanimidade de votos, filiar-se à Comunion of Evangelical Episcopal Churches (CECC), com sede nos EUA e hoje chamada Communio Christiana Churches (CCC). Em janeiro de 2004 a Betânia recebeu o Bispo Joseph Rosselo, para a realização das confirmações e ordenações. Em março de 2004 a Paróquia Betânia passou a estar sob a autoridade do bispo Diocesano +William Paul Mikler que, por ocasião de sua primeira visita à Betânia, instituiu o 1º Distrito Missionário do Brasil, ligado à Comunhão de Igrejas Episcopais Evangélicas do Brasil. Para a supervisão daquele Distrito, foi instituído o Cônego Rev. Leonides de Menezes. O bispo William Paul Mikler não apenas instituiu o Distrito Missionário, mas passou a prepara-lo para tornar-se uma Diocese. Naquele tempo, veio ao Brasil para reuniões de planejamento e acompanhamento, além de oficiar ordenações e confirmações. O trabalho do Rev. Leonides de Menezes e da equipe de pastores da Betânia resultou, naquele período, em 4 missões e 1 instituto Teológico para a formação de pastores. Em dezembro de 2006, em cerimônia oficiada pelos bispos William Paul Mikler, Hermes Carvalho Fernandes e Francisco Buzzo, O Rev. Leonides foi sagrado bispo diocesano e o 1º Distrito Missionário foi alçado à condição de Diocese Missionária. Em 2008 aconteceu o primeiro Concílio Diocesano, quando a Paróquia Betânia foi escolhida como a Catedral da diocese, passando a ser chamada Catedral Betânia. No mesmo evento, a Comunhão foi denominada “Comunhão das Igrejas Cristãs Episcopais do Brasil (CICEB)”.
A CICEB
Hoje, a CICEB conta com uma diocese missionária, sediada na Catedral Betânia. Além da Catedral, a diocese contém outras quinze comunidades, um seminário teológico e uma instituição de ação social. O corpo atual de clérigos é formado por 1 bispo diocesano, 2 bispos auxiliares, 7 presbíteros, 6 diáconos e 8 ministros auxiliares. O Seminário Teológico em seu curso de formação em teologia, está formatado para a realidade da Igreja e tem despertado vocações. Novas iniciativas vêm sendo empreendidas no sentido de possibilitar o crescimento e a edificação da Igreja de Cristo. Assim, a CICEB segue com seus desafios, buscando ser uma expressão da Igreja Uma, Santa, Católica e Apostólica de Cristo.